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To be bilingual or not to be bilingual: that’s the question (#not)!

Olá a todos! Depois de uma ausência de alguns meses, estou de volta! Mas minha ausência tem uma boa “desculpa”: em 31 de outubro, Eduardo, meu filhinho, nasceu! Com toda a alegria que trouxe, veio também desorganização e desajustes, até que finalmente conseguíssemos “entendê-lo” e acertar nossas rotinas com as necessidades dele! Coisas de marinheiros de primeira viagem! De qualquer forma, este pequeno intróito serve para anunciar a razão pela qual estou escrevendo este post: estamos criando nosso filho como uma criança bilíngue.

Esta, na verdade, foi uma decisão um tanto quanto unilateral: partiu de mim mas, felizmente, minha amada esposa embarcou nessa comigo, não sem dúvidas e incertezas. Entretanto, questionamentos não são exclusividade dela, afinal, muitas pessoas a quem comuniquei minha decisão às vezes me olham de forma questionadora e ressaltam uma série de comentários infundados a cerca da questão do bilinguismo: “a criança vai se confundir, ela não vai aprender a falar, vai misturar tudo” etc. O mais interessante é que este mesmo pensamento, seguidamente, vem de colegas de profissão, ou seja, pessoas com propriedade tem suas dúvidas com relação a esta decisão.

Tive a oportunidade de participar de apresentações sobre o assunto durante o BRAZ-TESOL em 2014, com direito a discussões acaloradas em alguns momentos. Independentemente do que se possa dizer, estou firme com relação ao meu propósito: o pequeno Eduardo, desde a barriga da sua mamãe, já ouvia seu papai falando inglês. Estamos usando a técnica OPOL: One Parent, One Language, ou seja, eu só me dirijo a ele em inglês e minha esposa apenas em português.

Tenho suporte para o que estamos fazendo de diversos autores de livros que venho lendo, de constante contato com especialistas em bilinguismo e de amigos que tem ou tiveram a mesma experiência. Para tal, é preciso ter um acordo familiar, estabelecer um plano e ser consistente, ter paciência e comprometimento e dar tempo ao tempo.

Em várias situações, por mais que possa parecer antipático apenas eu estar falando com o meu filho enquanto outros ao meu redor não entendem uma palavra, sigo em frente: consistência e comprometimento. Tenho certeza de que ele só terá a ganhar, afinal, os benefícios cognitivos como melhora da memória, desenvolvimento de pensamento abstrato, melhora do aprendizado entre outros, já estão mais do que provados, sem falar em todos os aspectos culturais que ele tem a ganhar desde cedo, enquanto cresce e se desenvolve.

Por mais que esteja parecendo superficial e soando mais como um desabafo, o assunto é vasto, cheio de percalços e com inúmeras possibilidades de discussão. Uma vez mais, é chover no molhado dizer que o espaço é curto para explorar o tema, mas nada impede que retornemos a ele novamente. E provavelmente retornarei, tratando um pouco mais do plano que estabeleci para nosso pequeno Dudu, até como dica para colegas que querem fazer o mesmo mas ainda não sabem bem como.

Encerro apenas contrariando alguns que dizem que o peso de dizer “eu te amo” é diferente de dizer “I love you”, que nossa língua materna carrega mais sentimento e emoção por ser nossa língua natural, constituinte de nossa identidade cultural. Mesmo parecendo arrogante, como verdadeiro especialista em identidades culturais que sou, posso afirmar que isso não é verdade. Simplesmente porque, com meu filho, não importa como minhas palavras saem de minha boca. Eu sempre falarei com ele com meu coração.

Abraços e até a próxima!

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Fabiano Silveira

Fabiano Silveira é graduado em Letras Inglês e Mestre em Educação com ênfase em Estudos Culturais. Professor de Inglês do Curso de Letras e Secretariado Executivo Trilíngue da ULBRA e Coordenador do Instituto de Línguas da mesma universidade. Também atua como professor de inglês no Colégio Israelita Brasileiro e como tradutor freelancer para editoras e estúdios de histórias em quadrinhos. Contato: • profnerd@icloud.com • facebook.com/profnerd

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