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Quão certo está seu aluno sobre o caminho que precisa trilhar? (Parte 2)

No coaching profissional nós entendemos que se as ferramentas normalmente empregadas na administração de empresas costumam trazer resultados excelentes, elas deverão funcionar também em outras áreas da vida que não apenas nos negócios.

Haja visto que nós coaches somos apaixonados por tarefas, metas, objetivos e propósitos (nesta ordem) é bem simples compreender a razão pela qual a maioria das ferramentas de coaching profissional são adaptações de já consagradas ferramentas administrativas, como gráficos, matrizes, SWOT, SMART, etc.

Na parte 1 deste texto eu terminei falando sobre a criação e utilização do GAP, agora proponho explicar em mais detalhes sobre as características de um GAP altamente funcional.

De acordo com o Longman Dictionary of Contemporary English Online, uma das definições de “gap” é:

Sem título

 

Em um processo de coaching nós especificamos essa definição e dizemos que gap é “o espaço entre o ponto A e o ponto B, sendo que A é o ponto presente e B é o ponto onde se almeja chegar”.

Traduzindo para o contexto do ensino de línguas, o ponto A é a habilidade linguística que o aluno possui no momento presente, inicial, ao passo que o ponto B é a habilidade linguística almejada a se conquistar.

Para que um GAP seja realmente eficaz, é necessário que seu ponto B, o objetivo almejado, siga as regras do acrônimo SMART e seja:

S – Specific

Uma boa delineação de objetivo deve ser a mais específica possível, definindo assertivamente onde se deseja chegar, o que se deseja ter ou conquistar.

Assim, dizer que o objetivo é “aprender inglês” seria generalizar algo que pode ser especificado em seus fins, como é o exemplo de alguém que quer apenas um inglês instrumental de leitura e interpretação de textos para aprovação em um exame de proficiência para pós-graduação. Para essa pessoa do exemplo, as habilidades de writing, listening e speaking não são importantes nem desejadas.

Ao definir que o objetivo do aluno seja, por exemplo, “aprender a ler e interpretar textos acadêmicos em inglês da área de administração e negócios para aprovação no exame de proficiência da ANPAD” é possível construir um plano de curso muito mais específico e alinhado aos reais objetivos do aluno do que simplesmente dizer “aprender inglês”.

M – Measurable

Não se pode gerenciar o que não se pode medir.

A partir daí temos que é importante que cada passo a ser dado, do início ao fim do planejamento (do ponto A ao ponto B), seja claramente delineado e medido.

Se meu objetivo é perder peso e minha tarefa é fazer caminhadas, eu preciso me colocar uma meta de quanto tempo ou distância passarei a caminhar por dia e, dessa forma, quando eu estiver no meio de uma caminhada, saberei exatamente qual a distância ou tempo já percorrido e quanto ainda falta percorrer.

Da mesma forma, um aluno precisa saber, quando estiver no meio do curso e a curva de aprendizado passar a se assemelhar mais a uma reta do que a uma curva, o quanto ele já aprendeu e é capaz de produzir e o quanto ainda falta para alcançar seu objetivo final.

A – Attainable

Pensando na input hypothesis de Krashen, onde o insumo compreensível do aluno é igual a “i + 1”, ou seja, o que o aluno já sabe mais um nível de dificuldade, temos que um objetivo também precisa ser atingível.

Um objetivo que seja impossível de se atingir só trará sentimentos de frustração e desânimo, ao passo que não importa o quão desafiante seja uma meta, se ela for atingível, tende a manter as pessoas motivadas durante todo o processo.

Um exemplo disso na nossa área seria exigir uma tarefa muito difícil de um aluno que apenas começou os estudos.

R – Relevant

Obter o nível A em um alto exame de proficiência pode ser a glória para muitos estudantes e professores, mas… O quão relevante é essa conquista para – absolutamente todos – os estudantes e professores?

Um casal de aposentados que adora viajar e quer aprender um nível de idioma suficiente para se comunicar em suas viagens pelo mundo provavelmente não veria o nível A do exame de proficiência como algo com qualquer relevância para eles. Para esse casal o que costuma realmente importar é entender e se fazer entendido sem grandes dificuldades, não “dominar” cada nuance da língua.

Constantemente vemos que o próprio aluno procura um objetivo que é a longo prazo irrelevante para si por simples senso comum de “todo mundo precisa falar inglês”, ao passo que, para os objetivos de vida de muitas pessoas, um nível C2 de inglês é muito superior ao que realmente é necessário.

T – Time

Esse quesito tem a ver com o quão attainable o objetivo é no que tange o tempo planejado para a sua realização.

Em um mercado onde vemos anúncios de cursos que sugerem prazos cada vez menores para o aprendizado dos idiomas é bem fácil perceber o quesito tempo sendo deixado de lado.

Seguindo os níveis do CEFR é possível que um aluno de nível A1 chegue a C2 em um prazo de apenas um punhadinho de meses? Talvez. É provável? Hardly…

A partir do momento que o GAP acordado entre professor e aluno siga esses 5 quesitos, certamente a motivação do aluno terá um impacto positivo, já que ele saberá exatamente o que precisa fazer, como e para quando.

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Vinicius Diamantino

Opa, tudo joia? Meu nome é Vinicius Diamantino, eu sou o fundador da DeProfPraProf, Professor de Inglês há mais de 10 anos, Master Coach e Treinador de Professores, criador do blog www.deprofpraprof.com.br e de vários cursos para professores particulares. Fique à vontade para entrar em contato comigo pelo contato@deprofpraprof.com.br!

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