Is there life after college?
Olá a todos! Recentemente, trouxe à baila em uma das minhas aulas na universidade no curso de graduação em Letras, o seguinte assunto: existe vida após a faculdade? Aparentemente, algumas pessoas estão muito preocupadas em terminar o curso, ir para a formatura, comemorar na festa e já arrumar um (ou mais) emprego(s) dando aula.
Algum problema nisso? Lógico que não. Afinal de contas, as pessoas precisam de dinheiro para coisas básicas, como comprar comida, pagar a luz, água etc. Enfim, percebo que muitos alunos ficam ansiosos pelo fim de seus cursos de graduação para se atolar em contratos emergenciais em escolas estaduais, correr para fazer concursos públicos, lutar para conseguir dar aula em algum cursinho e por aí vai.
Às vezes, essa ânsia pela busca de um emprego faz com que muitos acabem por trabalhar não em uma, mas em duas, três ou mais escolas. De novo, não vejo problema nisso, desde que as pessoas saibam dosar e deem conta de toda essa carga de trabalho. Com o tempo as pessoas aprendem. Eu aprendi, depois de trabalhar mais de 60h por semana por vários anos…
Uma pena que muitos deixam de lado, postergam, continuar seus estudos. O mercado de trabalho está cada vez mais exigente, todos sabemos disso, e o diferencial hoje está na qualificação que você obtém APÓS a faculdade. É claro que suas experiências anteriores, como viagens, intercâmbios e cursos ao longo da gradução contam. Mas como professores formados, é mais do que nossa obrigação continuarmos estudando.
Embora muitos de nós realmente continuem estudando de formas menos “acadêmicas”, se assim posso dizer, participando de oficinas, congressos, lendo livros, os alunos universitários raramente só possuem parcas informações sobre as especializações acadêmicas que podem fazer.
Nessa aula que mencionei acima, informei aos alunos que existem dois tipos de pós-graduação: lato sensu e stricto sensu. A lato sensu, que também chamamos apenas de especialização, tem um caráter mais prático, é de curta duração (1 a 2 anos) e emite certificado. A stricto sensu é o Mestrado e Doutorado, com um viés mais teórico/acadêmico, de longa duração (2 a 4 anos) e, ao final, o aluno recebe um diploma. Em geral, as pessoas tendem a ir primeiro à especialização para depois fazerem o mestrado e doutorado. Não é preciso fazer nessa ordem, pode-se fazer primeiro o Mestrado e, se o candidato tiver “bala na agulha”, até o doutorado dá para fazer primeiro. Difícil, mas possível. No caso da stricto sensu, os campos de pesquisa variam entre linguística, literatura, ensino de língua inglesa/TESL e educação.
Estes são os caminhos mais comuns. Mas alertei meus alunos sobre as certificações profissionais. Como muitos são jovens e sonham em se aventurar no exterior, informei que não apenas cursos de língua ou de teacher development podem ser feitos no exterior, mas especializações que são reconhecidas internacionalmente, como Bridge TEFL e CELTA e DELTA de Cambridge, para citar os mais conhecidos. Essas certificações, que são longas, trabalhosas, são valorizadas no mundo inteiro e permitem que professores não-nativos se habilitem a lecionar no exterior. A vantagem é que muitas podem ser feitas online, também. Essas certificações agregam em muito ao currículo, além de abrir muitas portas…
Como disse a eles, são várias opções. Eles devem pensar bem, planejar e ir adiante com suas escolhas, conforme seus sonhos de vida. Chances e opções existem, basta dedicação e percepção para observar que o mundo é muito maior do que eles geralmente estão habituados a enxergar. Como professores, não podemos jamais parar de nos especializar e devemos sempre estar atentos às mudanças globais. Afinal, citando Gandalf, do Senhor dos Anéis, the road goes ever on and on…
Até a próxima, pessoal!